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Sonhos??

Mais uma noite e a constatação. Estranhos e perturbadores sonhos vêm me atormentando. Alguns enquanto durmo e outros, bem esses, ainda acordada e consciente me aterrorizam mais.

Nos sonhos à noite, sempre sou surpreendida por um acidente. Variam sempre, acidente de avião no qual estou viajando, ou em casa e o avião colide onde estou, tiros acertando-me e não consigo pedir socorro, ou então quando consigo estar em uma daquelas praias paradisíacas das quais só mesmo Thomas Mann consegue descrever, uma súbita onda gigante comparada as de Netuno no Faial surge e arrasta toda a beleza existente pro fundo do mar, num ato de egoísmo divino. Como se tudo que há de belo, e nesta parte modestamente não me incluo, fosse de apenas um dono e reservado para os poucos que têm a sensibilidade de ver e não apenas olhar. E estes se mostram de uma veracidade incrível, mas talvez explicados pelo medo constante ao qual hoje estamos submetidos. Talvez por um medo interno e explicado somente por sessões de terapia de vidas passadas.


Já os que se me apresentam ainda consciente são sim um medo contínuo do que não sei ao certo, meu destino, minha missão, ou mesmo os caminhos que devo seguir para chegar o mais próximo possível do que deveria fazer para cumprir meus deveres terrestres. Quanto mais eu leio, estudo, aprendo sobre a humanidade e seus grandes gênios, mais estes sonhos – ou pesadelos? – tornam-se recorrentes e vívidos. Descobrir que estes seres divinos, porque não dizer assim, apresentam sinais de sua cultura, inteligência e sensibilidade aos poucos anos de vida, enquanto eu fico me moldando ao mundo padrão. Não estou me comparando a eles, mas gostaria.


Gostaria de saber que existe algo que eu faço que é realmente notável, relevante para a humanidade, culturalmente falando. Algo que acrescente sabedoria ou mesmo prazer sensorial aos que me vêem, ouvem ou simplesmente me conhecem.

Quando pequena, falar bem era uma ótima qualidade que tinha. Depois, escrever era uma atividade que me dava prazer, por ver que quando as pessoas liam sentiam-se orgulhosas, aprendiam algo, sorriam condecorantes.
Depois de alguns anos, a música já instaurada na minha alma, pensava em ser instrumentista, tocar numa orquestra ou numa banda de rock, não fazia diferença, desde que eu pudesse ser ouvida e transmitir aquelas sensações que tenho ao ouvir algo que me emociona. Pensei em cantar e, confesso que ainda por vezes penso. Mas desisto ao me ouvir e depois ouvir Callas ou Rufus.

Sei que sou nova e que com 22 anos não deveria me sentir tão derrotada mas, sei que o tempo de descoberta de um diferencial humano passou. Agora sim me comparando àqueles gênios, sinto que é tarde para um talento aflorar.

Sei também, que posso fazer algo bom, que posso ser boa, mas ainda não descobri em que ou mesmo como isso pode se dar. E sinceramente, me deprime mais saber que perdi no mínimo três anos da minha vida numa faculdade que não tem nada a ver comigo, e que sei que não vou usar em nada. Pelo menos não para o que quero pra minha vida, não no que planejo.

Ainda planejo algo pra minha vida?


"Tadzio where have you been?

Tadzio, Tadzio…"

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